Como funciona o Setor de COMPRAS

1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE COMPRAS

“A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e cada vez menos um jogo de sorte. Em muitos casos não é o custo que determina o preço de venda, mas o inverso. O preço de venda necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em redução de custo de compra, que é uma parte de despesa de operação de uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das compras são líquidos”. (HENRY FORD)

 

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Embora todos saibam comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa.

 

1.2 CONCEITO DE COMPRA

É a função responsável pela obtenção do material no mercado fornecedor, interno ou externo, através da mais correta tradução das necessidades em termos de fornecedor / requisitante. É ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades requisitantes, compra o material certo, ao preço certo, na hora certa, na quantidade certa e da fonte certa.

1.2.1 Material Certo

É importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um sentido técnico a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre as cotações de um fornecedor e as especificações da Requisição de Compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a idéia de melhoria do produto. Evidentemente, em tais circunstâncias, a decisão final não será do comprador, mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos setores requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões.

Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá solicitar esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja preenchida corretamente e de maneira que transmita exatamente o que se deseja adquirir.

Em hipótese alguma o comprador deve der inicio a um processo de compras, sem ter idéia exata de que quer comprar. Objetivando um melhor conhecimento do que vai comprar, o comprador, sempre que possível, deverá entrar em contato cem os setores que utilizam ou que vão utilizar o material ou serviço a ser adquirido, de que maneira e se inteirar de todos os problemas e dificuldades que poderão ocorrer ou ocorrem quando da utilização do item requisitado.

Em resumo: cada vez mais, hoje em dia, o comprador deve ser um técnico.

1.2.2 Preço Certo

Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Análise de Compras. Sua função é, entre outras, a de calcular o “preço objetivo” do item (com base em desenhos e especificações). O cálculo desse “preço objetivo” é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de obra direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do mercado, e do balanço e demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores.

O “preço objetivo” é que vai servir de orientação ao comprador quando de uma concorrência. No julgamento da concorrência duas são as possíveis situações:

a) Preço muito mais alto do que o “preço objetivo”: nessas circunstâncias, eventualmente, o comprador poderá chamar o fornecedor e solicitar esclarecimentos ou uma justifica tive do preço. O fornecedor ou está querendo ter um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de fabricação ou um mau sistema de apropriação de custos;

b) Preço muito mais baixo que o “preço objetivo”: o menor preço não significa hoje em dia, o melhor negócio. Se o preço do fornecedor for muito mais baixo, dois podem ser os motivos:

1) O fornecedor desenvolveu uma técnica de fabricação tal que conseguiu diminuir seus custos;

2) O fornecedor não soube calcular os seus custos e nessas circunstâncias dois problemas podem ocorrer: ou ele não descobre os seus erros e fatalmente entrará em dificuldades financeiras com possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e então solicita um reajuste de preço que, na maioria das vezes, poderá ser maior que o segundo preço na concorrência original.

Portanto, se o preço for muito mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser chamado, a fim de prestar esclarecimentos. Deve-se sempre partir do princípio fundamental de que toda empresa deve ter lucro, evidentemente um lucro comedido, e que, portanto, não nos interessa que qualquer fornecedor tenha prejuízos. Se a empresa não tiver condições de determinar esse preço objetivo, pelo menos, o comprador deve abrir a concorrência tendo uma idéia de que vai encontrar pela frente.

Nessas circunstâncias, ele deve tomar como base ou o último preço, ou, se o item for um item novo, deverá fazer uma pesquisa preliminar de preços.

Em resumo: nunca o comprador deve dar início a uma concorrência, sem ter uma idéia do que vai receber como propostas.

1.2.3 Hora Certa

O desenvolvimento industrial atual e o aumente cada vez maior do numero de empresas de produção em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrência.

As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques excessivos fazem cem que e comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa.

1.2.4 Quantidade Certa

A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra. Até pouco tempo atrás aumentava-se a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preço; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados na determinação da quantidade certa ou na quantidade mais econômica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja a fórmula ou método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de Compras com eventuais alterações destas quantidades devido as situações peculiares do mercado.

1.2.5 Fonte Certa

De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e deve manter o maior número de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento.

1.3 FUNÇÃO DE COMPRA

A Função Compras é uma das engrenagens do grande conjunto denominado Sistema Empresa ou Organização e deve ser devidamente considerado no contexto, para que deficiências não venham a ocorrer, provocando demoras onerosas, produção ineficiente, produtos inferiores, o não cumprimento de promessas de entregas e clientes insatisfeitos. A competitividade no mercado, quanto a vendas, e em grande parte, assim como a obtenção de lucros satisfatórios, devida a realização de boas compras, e para que isto ocorra é necessário que se adquira materiais ao mais baixo custo, desde que satisfaçam as exigências de qualidade.

O custo de aquisição e o custo de manutenção dos estoques de material devem, também, ser mantidos em um nível econômico. Essas considerações elementares são a base de toda a função e ciência de Compras.

A função Compras compreende:

– Cadastramento de Fornecedores;

– Coleta de Preços;

– Definição quanto ao transporte do material;

– Julgamento de Propostas;

– Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material;

– Recebimento e Colocação da Compra.

 

1.4 FLUXO SINTÉTICO DE COMPRAS

1 Recebimento da Requisição de Compras

2 Escolha dos Fornecedores

3 Consulta aos Fornecedores

4 Recebimento das Propostas

5 Montagem do Mapa Comparativo de Preços

6 Análise das propostas e escolha

7 Emissão do documento contratual

8 Diligenciamento

9 Recebimento

 

1.5 OBJETIVO DE COMPRAS

De uma maneira bastante ampla, e que demonstra que a função compras não existe somente no momento da compra propriamente dita, mas que a mesma possui uma maior amplitude, envolvendo a tomada de decisões, procedendo a análises e, determinando ações que antecedem ao ato final, podemos dizer que compra tem como objetivo “comprar os materiais certos, com a qualidade exigida pelo produto, nas quantidades necessárias, no tempo requerido, nas melhores condições de preço e na fonte certa”.

Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes metas fundamentais:

1 – Atender o cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de materiais;

2 – Estocar ao mínimo, sem comprometer a segurança da produção desde que represente uma economia para a organização;

3 – Evitar multiplicidade de itens similares, o desperdício, deterioração e obsolescência;

4 – Manter a qualidade dos materiais conforme especificações;

5 – Adquirir os materiais a baixo custo sem demérito a qualidade;

6 – Manter atualizado o cadastro de fornecedores.

 

1.6 TIPOS DE COMPRAS

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou investir.

Existem pois, basicamente, dois tipos de compra:

– a compra para consumo e;

– a compra para investimento.

1.6.1 Compra para Investimento

Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa (Recursos Patrimoniais).

1.6.2 Compras para Consumo

São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-se a parcela de material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de aquisição como compras de custeio.

As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se em:

– compras de materiais produtivos e;

– compras de material improdutivo.

1.6.2.1 Materiais Produtivos

São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso, matéria prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem de indústria – em função do que é produzido.

1.6.2.2 Materiais Improdutivos

São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não integram o produto, o que quer dizer que é apenas material de consumo forçado ou de custeio. Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode ser classificada como:

Compras Locais ou Compras por Importação.

1.6.3 Compras Locais

As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no serviço público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com procedimentos praticamente idênticos, independentemente dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as licitações no serviço público, exigem total formalidade. Seus procedimentos e aspectos legais serão detalhados em Compras no Serviço Público.

1.6.4 Compras por Importação

As compras por importação envolvem a participação do administrador com especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a contínuas modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as seguintes etapas:

a) Processamento de faturas pro forma;

b) Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior – DECEX

dos documentos necessários à importação;

c) Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável;

d) Acompanhamento das ordens de compra (purchase order) no exterior;

e) e. Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo;

f) Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto;

g) Pagamento de direitos alfandegários;

h) Reclamação à seguradora, quando for o caso.

Quanto à formalização das compras, as mesmas podem ser:

1.6.5 Compras Formais

São as aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um documento de formalização de compra. Estas compras são determinadas em função de valores pré – estabelecidos e conforme o valor a formalidade e feita em graus diferentes.

1.6.6 Compras Informais

São compras que, por seu pequeno valor, não justificam maior processamento burocrático.

1.7 SEQUÊNCIA LÓGICA DE COMPRAS

Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco perguntas, as quais irão compor a lógica de toda e qualquer compra:

– O que comprar?

R. – Especificação / Descrição do Material

Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser apoiado por áreas técnicas ou mesmo compra para especificar o material.

– Quanto e Quando comprar? R.- É função direta da expectativa de consumo, disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.

A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material ou suprimento no setor denominado gestão de estoques.

A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo orçamento financeiro da Empresa. A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição física da Empresa.

– Onde comprar?

R.- Cadastro de Fornecedores.

É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro confiável (qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa). Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o usuário de material ou equipamentos e logicamente os próprios compradores.

– Como comprar?

R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa.

Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Administrativa deverão mostrar entre outras, competência para comprar, contratação de serviços, tipos de compras, fórmulas para reajustes de preços, formulários e rotinas de compras, etc.

– Outros Fatores

Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através da sua experiência e conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a influencia mais, a fim de que possa ponderar melhor o seu julgamento.

Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos de Pagamento; Assistência Técnica.

1.8 CENTRALIZAÇÃO DAS COMPRAS

Em quase todas as empresas mantém-se um departamento separado para compras. A razão que as leve a proceder assim diz respeito a custos e padronização, assim sendo, somente alguns materiais são dele gados a aquisição, e estes são aqueles de uso mais insignificante, em termos de custos, para a empresa, e que por essa razão não sofrem maiores controles.

A empresa que atua em diversos locais distintos não necessariamente deve centralizar compras em um único local, neste caso procede-se uma analise e se a mesma for favorável deve-se regionalizar as compras visando um atendimento mais rápido e um custo menor de transporte.

O abastecimento centralizado oferece as seguintes vantagens:

1 – Melhor aproveitamento das verbas para compras; – A concentração das verbas para compras aumenta o poder de barganha;

2 – Melhor controle por parte da direção;

3 – Melhor aproveitamento de pessoal;

4 – Melhoramento das relações com fornecedores.

 

1.9 SELEÇÃO DE FORNECEDORES

A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas. Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial a serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que o melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a serem consultados, constitui uma limitação das atividades de compras.

O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de determinado material.

A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de várias etapas, entre as quais selecionamos as seguintes:

1.9.1 ETAPA 1Levantamento e Pesquisa de Mercado

Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e necessário levantar e pesquisar fornecedores em potencial.

O levantamento poderá ser realizado através dos seguintes instrumentos:

– Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;

– Edital de Convocação;

– Guias Comerciais e Industriais;

– Catálogos de Fornecedores;

– Revistas especializadas;

– Catálogos Telefônicos;

– Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.

1.9.2 ETAPA 2Análise e Classificação

Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação daqueles fornecedores que não satisfizerem as exigências da empresa.

1.9.3 ETAPA 3Avaliação de Desempenho

Esta etapa é efetuada pós – cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do fornecedor quanto ao cumprimento do contratado, servindo não raras vezes como elemento de eliminação das empresas fornecedoras.

1.10 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE COMPRAS

As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimento é que vai definir a necessidade de centralizar.

Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas as áreas da empresa participem das decisões.

As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre postas em dúvida pelos departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos realmente positivos, pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, ser mais aconselhável à aquisição descentralizada.

1.10.1 Vantagens de Centralizar:

a) visão do todo quanto à organização do serviço;

b) poder de negociação para melhoria dos níveis de preços obtidos dos fornecedores;

c) influência no mercado devido ao nível de relacionamento com os fornecedores;

d) análise do mercado, com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no serviço de compras;

e) controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras associado a um controle de estoques;

f) economia de escala na aquisição centralizada, gerando custos mais baixos;

g) melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantação do sistema de qualidade;

h) sortimento de produtos com mais consistência, para suportar as promoções nacionais;

i) especialização das atividades para o pessoal da produção não perder muito tempo com contatos com os vendedores.

1.10.2 O uso de comitê tem as seguintes vantagens:

a) larga faixa de experiência é aplicada nas decisões;

b) as decisões são tomadas numa atmosfera mais científica;

c) o nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as relações dos compradores com o pessoal interno e os vendedores;

d) a co-participação das áreas dentro do espírito de engenharia simultânea, cria um ambiente favorável para melhor desempenho tanto do ponto de vista político, como profissional.

1.10.3 Pontos importantes para descentralização:

a) adequação da compra devido ao conhecimento dos problemas específicos da área onde o comprador exerce sua atividade.

b) menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de peculiaridades regionais da qualidade, quantidade, variedade.

c) coordenação, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor, levando a unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades regionais.

d) flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitação das ordens, provocando menores faltas.

1.11 CUIDADOS AO COMPRAR

O processo de produção inicia-se com planejamento das vendas, estabelecimento de uma política de estoque de produtos acabados e listagem dos itens e quantidades de produtos a serem fabricados, quantidades estas distribuídas ao longo de um cronograma de produção.

Um sistema de planejamento de produção fixa as quantidades a comprar somente na etapa final da elaboração do plano de produção. As quantidades líquidas a comprar serão apuradas pela desagregação das fichas de produção e em especial pela listagem de materiais necessários para compor cada unidade de produto a ser produzido. Será necessário comparar as necessidades de materiais com as existências nos estoques de matérias-primas, para se apurar as necessidades líquidas distribuídas no tempo conforme o cronograma de produção necessária para atender ao planejamento de vendas.

Entretanto, a execução da compra será a primeira etapa executiva do programa de produção.

O término da programação e o início das atividades de compra caracterizam-se, portanto, como uma área com muitas facilidades de conflitos, conflitos estes sempre agravados pelos atrasos normais e habituais do planejamento.

As pressões exercidas pelos setores de produção e faturamento reforçam ainda mais a probabilidade de atritos na área de compras. Neste momento todos se esquecem dos atrasos no planejamento das vendas e na programação da produção.

Outro aspecto interessante do relacionamento dentro da área de compras é a inversão curiosa de atitude que se processa entre o comprador e o vendedor após a emissão do pedido. A posição inicial de vendedor é sempre solicitante e o comprador nesta fase poderá usar seus recursos de pressão para forçar o vendedor a chegar às condições ideais para a empresa.

Uma vez emitido o pedido, o comprador perde sua posição de comando e passa a uma atitude de expectativa. Procurará de agora em diante adotar uma atitude de vigilância, procurando cuidar para que os fornecimentos sejam feitos e os prazos cumpridos.

1.12 COTAÇÃO DE PREÇOS

O depto de compras com base nas solicitações de mercadorias efetua a cotação dos produtos requisitados.

Após efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual a proposta mais vantajosa levando em consideração os seguintes itens:

a) prazo de pagamento;

b) valor das parcelas;

1.13 O PEDIDO DE COMPRA

Após término da fase de cotação de preços dos materiais e analise da melhor proposta para fornecimento, o setor de compras emite o pedido de compras para a empresa escolhida. Esse pedido deverá ter com clareza a descrição do material a ser comprado, bem como as descrições técnicas, para que não ocorram as freqüentes dúvidas que comumente acontecem.

Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sendo a 1ª e 2ª vias enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na 2ª via e a devolverá, que passará a ter força de contrato, funcionando como um “instrumento particular de compromisso de compra e venda”. A 3ª via funciona como follow up do pedido.

1.14 O RECEBIMENTO DE MATERIAIS

No recebimento dos materiais solicitados, alguns principais aspectos deverão ser considerados como:

1) Especificação técnica: conferencia das especificações pedidas com as recebidas.

2) Qualidade dos materiais: conferencia física do material recebido.

3) Quantidade: Executar contagem física dos materiais, ou utilizar técnicas de amostragem quando for inviável a contagem um a um.

4) Preço:

5) Prazo de entrega: conferencia se o prazo esta dentro do estabelecido no pedido.

6) Condições de pgto: conferencia com relação ao pedido.

 

fonte:- http://www.ebah.com.br/user/AAAAABIdcAK/edilma-rodrigues-silva

Published in: on 08/04/2010 at 10:35 PM  Comments (37)  

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37 ComentáriosDeixe um comentário

  1. Este texto é muto bom, mas apenas citou o diligenciamento, mas não aprofundou sobre este termo

  2. Boa tarde a todos.

    Excelente artigo, continuem escrevendo e ajudando muitas pessoas.

    Atenciosamente.

    Wagner Souza

  3. nossa muito bom…realmente esse setor é muito bom para a economia da empresa…otimo..

  4. Muito bom o material sobre compras, um dos melhores que já li!!

  5. Muito obrigado,
    gostei muito das orientações e das técnicas aqui postadas.

  6. so o file para uma pesquisa ojetiva!!!!!!!!!!!!!!!!

  7. Muito bom facil de entender, bem especificado.

  8. Parabéns, sou professor de Logística e achei muito interessante.

  9. Gostei muito deste esclarecimento referente ao setor de compras: gostaria de receber mais informacoes sobre o setor de compras

  10. gostei pra caramba!!!!!!!!!!!!!!!!!

  11. Muito bom, valeu!!!

  12. estou fazendo um trabalho para dar uma aula sobre o assunto, o artigo me foi muito util parabéns pela clareza e esclarecimento .

  13. Texto esclarecedor! parabéns…

  14. excelente!

  15. Muito bom e preciso artigo com total clareza para o assunto.
    Excelente.

  16. muito bom,obrigado!!!

  17. muito bom

  18. massa ,massa massa

  19. boa noite.. trabalha no setor de compras de prefeitura,pra mim esse texto foi uma luz!!!… fiquem com Deus..

  20. muito bom adorei!

  21. Muito bom, me ajudou muito!

  22. norteou totalmente meu seminário! perfeito artigo. Obrigada!!

  23. Excelente orientação parabéns, passo a comprar melhor…..

  24. a empresa que trabalho compra produtos para acessórios de caminhão ele gostam mas de prazo. sempre prazo não importa o valor. temos hoje mais ou menos 6 mil iten

    e não posso ter muita quantidade dos item que mas gira por mês

    como posso trabalhar desta forma para não comprar de mais e nem de menos???

    ajuda.obrigado

    • Caro Evaldo, essa é uma questão complexa e simples ao mesmo tempo. Complexa no sentido de que há necessidade de se conhecer todo o histórico e diretrizes e necessidades da empresa e simples pelo fato de que você mesmo já dei sua resposta, ou seja, use o giro médio de cada item e multiplique pelo numero de meses que você terá sua demanda para o próximo período.
      Segue abaixo um estudo (extraído) que pode lhe ser útil:-
      Procedimentos para gerenciar o seu estoque

      Conhecer os procedimentos de organização dos estoques pode ajudar a sua empresa a melhorar o gerenciamento sobre este ativo tão importante. Um bom gerenciamento fornece informações para reposição e redução de produtos armazenados, parados no estoque, entre outras providências necessárias no dia-a-dia.

      Com o gerenciamento correto, é possível aumentar a lucratividade da sua empresa, melhorar o fluxo de caixa, minimizar os espaços dos estoques, entre outros benefícios. Veja como iniciar:

      1. Inventário dos estoques

      • faça um levantamento (relação) de todos os itens do estoque;

      • conte e registre toda a quantidade armazenada;

      • ordene os itens, começando pelos de maior valor monetário;

      • identifique o valor unitário e total dos estoques.

      2. Previsões de vendas/consumo

      • Calcule a média de vendas/consumo dos últimos meses;

      • multiplique a média pelo valor unitário e obtenha o valor mensal de cada item;

      • some todos os valores e terá o valor total de vendas/consumo do mês;

      • calcule o percentual de cada item,

      • dividindo o valor mensal pelo total do estoque.

      3. Classificação ABC

      Esta é uma técnica importante de gestão de estoques e que identifica quais são os principais produtos/materiais que necessitam maior atenção.

      Classe

      Materiais

      Valor

      Definição

      A

      10%

      70%

      Itens de maior valor

      B

      30%

      20%

      Itens de médio valor

      C

      60%

      10%

      Itens de baixo valor

      Para os itens da classe A, deve-se:

      • armazenar em posições que sejam mais estratégicas nas prateleiras, de fácil colocação e retirada;

      • manter um controle rígido de entradas, saídas e saldos;

      • comprar somente o que for necessário e calculado;

      • manter estoque de segurança baixo;

      • negociar com os fornecedores a garantia de entrega, mantendo os estoques baixos.

      Para os itens da classe B e C, pode-se:

      • manter um controle moderado, evitando a sua falta;

      • comprar quantidades maiores, pois baixos valores dos itens fazem com que despesas com frete e contatos com fornecedores tornem os custos elevados;

      • manter estoque de segurança maior.

      4. Parâmetros de gestão de estoques

      a) Tempo de reposição é o prazo entre a emissão de ordens de compra e de atendimento, composto por:

      • prazo do pedido, dias necessários para que o pedido seja realizado;

      • prazo de entrega, dias necessários para o produto chegar à empresa;

      • prazo de recebimento, tempo ideal para conferir, etiquetar e utilizar a mercadoria;

      • margem de segurança, tolerância de atrasos, extravios etc. (normalmente três dias).

      b) Estoque mínimo é a quantidade mínima de mercadoria ou matéria-prima que a empresa deve manter em estoque.

      Fórmula: estoque mínimo = venda ou consumo médio x tempo de reposição

      c) Lote de reposição é a quantidade média mensal de produtos vendidos, dividido pela freqüência de compras de mercadoria ou matéria-prima. Para determinar os lotes de reposição é preciso ter cuidado com: custo do frete, tamanhos de lotes definidos pelos fornecedores, produtos frágeis que podem se deteriorar no estoque, datas de validade em relação ao consumo e compra de oportunidade.

      Fórmula: lote de reposição = consumo médio mensal ÷ freqüência de compra

      d) Estoque máximo é a quantidade máxima de uma mercadoria ou matéria-prima que a empresa deve estocar. É importante saber: o espaço disponível de seu almoxarifado, o custo financeiro do estoque, lotes que demandam muito tempo para serem consumidos, produtos que requerem cuidados especiais de armazenamento e produtos voláteis ou que tenham características modificadas com o tempo.

      Fórmula: estoque máximo = estoque mínimo + lote de reposição

      5. Modelos de gestão de estoque

      a) Reposição contínua (ponto de pedido) é aquela em que se providencia a reposição dos estoques quando atinge o estoque mínimo, não importando o intervalo de tempo entre as reposições;

      b) Reposição periódica é aquela na qual é verificada, a um período fixo, a situação do estoque e, quando necessária, é providenciada sua complementação. Este período varia em função da classificação ABC dos produtos, conforme retratamos na edição anterior.

      6. Análises de estoque

      a) Giro de estoque é o número de vezes, durante um período, em que o estoque foi renovado. Este período pode ser de um dia, uma semana ou um mês.

      Fórmula: giro de estoque = valor consumido no período ÷ valor de estoque médio no período

      b) Tempo de cobertura é o período em que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média, ou seja, tempo que o produto leva para sair do estoque.

      Fórmula: cobertura (dias de estoque) = número de dias do período ÷ giro

      Abraços!


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